segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ó-Ó

Dormir é algo que, contrariamente ao que se vaticinara, tenho feito com relativa facilidade nestes últimos meses. Ok, não durmo oito horas seguidas (mas também nunca dormi!), Consigo "passar pelas brasas" cerca de quatro/cinco horitas, com um breve intervalo para pegar nela e amamentar e... voltar a dormir.
A bem da verdade, Ela não gosta muito de adormecer e é nessa altura que presenciamos as suas terceiras maiores gritarias. Em todo o caso, depois de começar, aí por volta das 22horas, já só desperta totalmente no dia seguinte. Porreiro pá, lá diria o outro!

domingo, 28 de setembro de 2008

Super-Mãe


Do meu ponto de vista, a todas as mães deveria ser atribuída uma capa. Sim, uma capa como têm os super-herois, já que o período de gestação não só serve para formar aqueles bocadinhos de nós maravilhosos, como também desenvolve os nossos super-poderes.
Se não vejamos: logo que Ela nasceu consegui adquirir a capacidade de ouvir o seu mais pequeno murmúrio da outra parte da casa sem qualquer tipo de aparelhos adicionais; consigo distinguir o seu choro numa sala cheia de outros bébés; de noite acordo ás horas das mamadas antes dela chorar, além de conseguir transporta-la e mais uma mochila, o carrinho, a minha mala e por vezes um outro saco que possa aparecer. Aperfeiçoei também a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo - preparar o banho, a roupinha, o jantar e dar atenção á cadela. Já para não falar da espantosa capacidade (que ainda estou a treinar) de sair da casa com todas as coisas que são ou que possam vir a ser necessárias caso esteja calor ou frio ou chova ou tenha sono ou se suje ou tenha sede e por aí fora.

sábado, 27 de setembro de 2008

Vocações

A sociedade actual é uma tristeza!
Na grande maioria das vezes, as pessoas têm de trabalhar em profissões para as quais não estão vocacionadas, nem gostam, somente porque têm de ganhar dinheiro!
No seguimento da "magnifica" visita á digilosa enfermeira do Centro de Saúde, fomos aconselhados a marcar uma consulta de "materno-infantil" com a médica de família - esta Sra Dra não está nada satisfeita com o que faz, ou onde faz, porque é demasiadamente pragmática, impessoal e quase inexpressiva (pessoalmente só recorro aos seus serviços para obter baixa).
Apesar d'Ela ter já um pediatra, fomos á tal consulta (mal também não faz, certo?), nunca vi uma pessoa que estivesse a pegar num bébé ou a tocar-lhe que conseguisse esboçar tão pouco interesse e tanta distancia - Ela continua a frequentar as tais consultas porque o nosso Serviço Nacional de Saúde o obriga: para obtermos determinadas coisas temos de passar por estas "privações".
Nas consultas que se têm seguido, tem sido mais ou menos a mesma coisa... mais valia esta Sra Dra ter ido para médica legista: também era médica, de certo que também ganhava bem e não era necessário ser simpática ou bem disposta para com quem necessitasse dos seus serviços.

Burocracia

Tudo começou com a ída ao Centro de Saúde para fazermos o "teste do Pézinho".
Ela nasceu numa semana em que há muitos feríados. Num intervalo entre esses feríados, eu e ele, pegamos nela e fomos ao Centro de Saúde. Esperámos na sala destinada ás crianças, até que apareceu uma enfermeira, explicámos ao que íamos e perguntou-nos: mas não têm marcação? É que temos que marcar o teste, e só tenho vagas para 2ª feira (estavamos numa 4ª). Pois, Sra. Enfermeira, não sabiamos da marcação, será que não pode ser agora, é que o teste tem de ser efectuado nos 5 dias seguintes ao parto... Ah, isso,ãh, não é bem assim, pode ser um prazo mais dilatado e hoje já temos 3 crianças marcadas ( eram cerca das 10h da manhã e não estava ninguém na sala). Bla, bla, bla.. com esta estupidez ficamos na sala com a Enfermeira cerca de 15 minutos para nada, mas lá marcamos como ela queria e lá fomos no dia agendado fazer o teste e "visitar" a enfermeira: demoramos 10 minutos!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Cheirinho a bolos

Andava eu na minha vidinha caseira, qual Fada do Lar, quando oiço uns gritinhos e uns barulhinhos como que a chamar-me. Ela tinha acordado.
Aproximei-me devagarinho, para me deparar com o sorriso desdentado mais bonito que alguma vez vira (parece que ao olha-lo sinto uma onda de calor e de boas vibrações). Era hora do lanche.
Peguei nela, senti o seu corpinho quente junto ao meu e inspirei, cheirava a bolos (sim, sim, ela parece que cheira a uma pastelaria á primeira hora da manhã). Depois, lá fui eu, dar de comer a quem tinha fome.

A Cólica

Era um choro baixinho, como que de um lamento se tratasse, de repente e sem mais, transformou-se num trovão forte e poderoso, que aparecia em ondas bravias.
Ele pegou-lhe, fez-lhe ginástica, massagens, nada. Nada parecia acalma-la. Dei-lhe o meu peito, dei-lhe beijos e carinhos e em troca recebi somente gritos.
Em desespero chorei também, não podia permitir que ela estivesse a passar por semelhente tormenta e eu tão impotente.
De repente, a calma... e ficamos os três como que em transe por uns momentos, até que ela adormeceu nos meus braços de exaustão.

O cívismo

Penso que, num supermercado, toda a gente já deve ter ficado numa fila prioritária. Sabemos que estamos sujeitos a ficar ali uma série de tempo, porque pode aparecer uma invasão de grávidas ou mesmo pessoas com crianças, (que cinco minutos antes andavam aos pinotes no corredor dos brinquedos, mas que agora vão ao colo) e somos obrigados a ceder a vez.
Quando estava muito grávida dirigia-me orgulhosamente para essas filas, para logo depois me arrepender por levar com uma série de olhares intimidatórios, que me fulminavam sempre que os confrontava com o meu "estado".
Recentemente, estando eu numa fila interminavel há muito tempo, apercebi-me que era uma caixa desse género e que á minha frente não parecia estar ninguém que pudesse beneficiar dessa benece.
Desculpe, a Sra está grávida? Não, então lamento mas irei passará sua frente
- bem, para o que me havia de ter dado, esta senhora e o grupo que a acompanhava íam-me fuzilando logo ali... ao que nós chegamos, até andam com crianças ao colo para passar na fila - eu poderia ter dito: o que quer que eu faça, que leve a bébé a arrastar pelo chão??
É por estas e por outras que considero que há pessoas que mais valia pagarem uma lobotomia...vejam só a estupidez!

O problema da roupa


Eu amamentei só até aos três meses, achei desconfortavel... É assim, para mim não é a maior das maravilhas e de início foi complicado: a falta de geito, as dores - vira e mexe e lá estava eu de mama ao leu - mas convenhamos, tem beneficios. Beneficios egoistas: não gasto dinheiro em leite em pó, não tenho de andar ás voltas com montanhas de biberons e mais esterelizar; beneficios partilhados: sinto que ela gosta de estar assim tão junto a mim, é um momento de calma e relaxamento para ambas, é algo que é só nosso!
Por mim, enquanto tiver e o pediatra aprovar, continuo a amamentar - não me importa o facto de ter aumentado tanto de busto que quase não tenho camisolas que me sirvam.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O meu encontro com ela



Há muito que sabia que ela existia: já a tinha sentido (e foi algo indescritivelmente estranho), já tinha ouvido o seu coraçãozinho, agora ía vê-la, conhece-la, cheira-la.
Não foi como nos filmes, não a colocaram nos meus braços - eu estava atada á maca ( deviam temer que eu fujisse), chegaram-na á minha cara e eu chorei! Chorei profusamente! Chorei de alegria, chorei de agradecimento, chorei pela sua inocência, chorei pela sua perfeição sei lá... se calhar chorei também por achar que o pior já tinha passado.
Depois, colocaram-na perto de mim... um pedacinho de mim...foi especial! De repente eu era a pessoa mais forte do Universo, quais agulhas, quais cateteres...eu era uma MÃE.
E ali fiquei eu, remechida daqui e dali mas sem conseguir tirar os meus olhos daqueles outros mais pequeninos que iniciavam agora a sua incursão, ainda névoa, neste Mundo.

O dia "P"

Chegou aquele dia... o dia do parto, o dia "P"!
Estava espantosamente calma quando passei a porta das urgências. Conversei com o médico, conversei com a enfermeira. Tomei o duchezinho da prache e vesti aquelas camisas "tras-pr'a frente".
Quando vi as enfermeiras aproximarem-se com a agulha e o cateter, tremi, mas pensei...bem, vais já começar? Este deve ser o minímo dos teus problemas... Custou, mas acho que fui forte (desculpem lá, as minhas mãos não são propriamente almofadas para alfinetes e cinco "picas"...ai!
Entretanto ele chegou ao pé de mim e ali ficou, sempre a apoiar-me, mesmo quando eu me ía a baixo. Íamos acompanhando o ritmo dela e conversando de tudo um pouco para ver se o tempo passava e se me abstraía do que realmente se estava a passar.
De vez em quando lá vinha o médico, e tal..."splash" ainda não está. Até que ficou decidido, ela tinha de sair e não valia a pena adiar mais. CESARIANA!!!
Ele teve de sair. Ai, ai ai que vai ser agora! Pânico!
Acaminho da sala de partos, pensei na minha mãe, pensei nas minhas avós. Acreditem: eu não sou muito religiosa,mas rezei quase um terço completo.
A única coisa que saía dos meus lábios para o pessoal que lá estava era: eu tenho muito medo!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Medo por correspondência

Eu tinha muito medo!
Não era medo de ter dores (o organismo está preparado para isso e eu confiava na Natureza) era medo de que algo corresse mal, que os médicos ou o hospital não estivessem á altura ou que acontecesse uma daquelas coisas mesmo muito, muito estúpidas de que já ouvira falar.
Assim, optei por não querer saber!
O médico dissera que ía nascer perto do Santo António e, quando chegasse essa altura eu logo via.
Não quiz ler nada de especial ( não tenho pachorra, lá por "ser de letras", não quer dizer que goste de secas).
Naquele Sábado, tal como combinado com o médico, passei no Hospital para fazer o CTG (Cadiotocógrafo)... Está tudo bem. Quinta vai ao meu consultório e na sexta tratamos disso... O QUÊ?????? ALÔOO?! Ainda estamos no princípio de Junho, o dia "P" deveria ser só para depois do Santo!
Nã senhora, afinal quem é que é o médico? Na sexta tratamos já disso, não gosto de deixar arrastar muito estas coisas, além disso não tem aí nenhum peru, não precisa de a engordar mais.
Pronto, sempre tive uma semana para me mentalizar e pensar no que tinha de pensar e ler alguma coisa (pouca, porque o pânico era muito e quanto mais lia mais temia).
De véspera, eu e ele pouco dormimos, tivemos a ver o concerto dos Metallica no Rock in Rio até ás tantas e depois levantar cedo....
Na sexta lá fomos. Estavamos animados. Eu aproveitei a viagem para telefonar e enviar mensagem a toda a gente... parecia que ía para um Pic-nic.

Música


E tal, devemos cantar e falar com os nossos bébés mesmo quando ainda estão no ventre... Olha, tu cantas para o teu bébé? Nop, acho idiota! ( achava e acho!) Eu cantava, dançava e falava o que me apetecia e se me apetecia, se calhava a ser para o bébé, era, mas não o fazia de propósito. E música...eu estou a ouvir Mozart, conheces? Uma pergunta idiota, para um tema idiota: eu ouvi o que me apeteceu, desde modinhas á desgarrada a Deep Purple. O meu bébé deve ter ficado traumatizado, 'tadinho. Seja por isso ou não, aqui há tempos ele adormeceu-a ao som de Metallica!!

A longa travessia ou a Kinder surpresa


Vou cair num lugar comum: ADOREI ESTAR GRÁVIDA!
Não tive enjoos, não fiquei com as pernas inchadas, não engordei mais do que o recomendado, mas mesmo assim sentia-me um pouco Obélix.
Mantive sempre a minha agilidade, sendo muito paparicada por todos e, sobretudo, sentindo-me muito amada por ele.
Fiquei em casa a partir dos 7 meses, o que me permitiu focar toda a minha atenção e esforços na Grande Chegada.
Arranjei as coisinhas, pintei o quarto, inventei de sobra; fui-me mentalizando para o dia "P" e vivia cada dia no "total relax", mas sempre ansiosa: como é que ela é?

O dilúvio em Lisboa e o carro novo

Consultas, análises, ecografias...e chega-se ao primeiro marco.
Foi um dia que nunca mais vou esquecer...
Acordei ás 7:20h, para ir trabalhar. Chovia torrencialmente! Peguei no carro e não consegui sequer sair de Lisboa.
Era uma confusão! A zona da chamada, Grande Lisboa foi assolada por um temporal, como há muito não se via. O mar levava carros, as ruas abriam rios, os sinais de trânsito morreram e o trânsito enlouquecera por completo. Vendo a insanidade em que todos estavam a cair, como não estava para me aborrecer e porque aquele carro ía ser entregue ao Stand da parte da tarde, dei meia volta... p'ra casa mulher! (saí de casa ás 8:00h e regressei ás 10:30h, e não fazendo mais do que 5 km).
E ás 15h lá estava eu e ele no consultório. Barriga besuntada, mais pr'aqui mais pr'ali e Já sabem o sexo? Não...é uma menina, vêem-se aqui os grandes lábios...TCHAM! Contra todas as apostas não era menino, era uma menina. Então? Estás triste? Era isso que querias? yah, como se fosse uma prenda d'anos e tivessemos o talão para trocar! Tipo: olhe desculpe, vinha trocar este feto... Não a cor está bem, não gosto é do sexo...
Bom, passado o impacto inicial, lá fomos ao stand, trocar de carro e de seguida p'a pastelaria comer bolos ( não foi uma comemoração, eu é que, entretanto, estava com fome).

Numa 5ª feira á tarde

Depois do histerismo inicial: blá blá grávida, blá blá avó, blá blá incredula....deu-me uma anciedade...uma coisa indescritivel!
Ok, estava grávida, mas ainda tinha de esperar 9 meses para saber o que tinhamos feito ( basicamente).
É pá, 9 meses é muita tempo!
Os dias foram passando, de início a coisa patinou ( nem interessa falar disso) mas lá me fui mentalizando que estava grávida, que tinha um ser dentro de mim.
Ser desejado e feito com muito amor - não quer dizer que tivesse planeado ao minuto, verificando a temperatura e assim, nada disso! Fiz porque naquela altura me apeteceu e...pelos vistos fi-lo em boa hora.
Não sei porquê, podem até não acreditar, mas não tendo planeado nada, posso assegurar que sei em que dia é que engravidei!

Como começou

Tomei conhecimento da sua existência algures em Outubro do ano passado - a culpa foi da Joka! Ela é que me telefonou ás oito e meia da manhã daquela sexta-feira....Fiz o teste agora....estou grávida ( e eu ía jurar que naquele momento ouvi ainda a descarga do auto-clismo a empurrar o resto da urina da manhã, que tinha servido para o teste).
Ora, aquele telefonema fez-me cismar.... o período estava atrasado - mas também, a realidade é que ele nunca foi propriamente assiduo e pontual ( como escreviam os meus professores nos meus boletins escolares). Cismei, cismei, de tal maneira que nem dormi bem nessa noite... logo de manhã, lá estava eu á porta da farmácia, quase que ajudei o homem a subir a grade... pedi um teste e vim logo a correr para casa. Fechei-me na casa de banho, fiz tudo como dizia na bula e...bem, nem deu tempo para poisar a "caneta" e esperar, ainda ía no ar e já lá estava a risca acusatória.
Fiquei incrédula! Voltei a ler a bula e a verificar correctamente todos os bonequinhos que lá estavam ( sei lá, ás vezes podia estar a ver mal!), tive de chama-lo... Confirma-se, estamos grávidos!!!
E pronto, quem ainda estava a dormir nesse Sábado, teve que ser acordado ( a Joka foi logo das primeiras, bem feita!)