terça-feira, 28 de outubro de 2008

O sorriso

Acho que já tenho alguma legitimidade para afirmar que das melhores coisas deste Mundo é olhar para Ela e obter como recompensa um grande sorriso. Ela sorri mais com os olhos do que com a boca e, para complementar este momento, estica as suas mãozinhas e toca a minha face. É MÁGICO! Sinto uma alegria imensa a invadir-me e um misto de emoções indiscritiveis, sim, esta deve ser a parte boa de ser mãe.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ide e multiplicaivos


Aqui há tempos, depois de ouvir o Exmo Senhor Presidente desta que é a nossa República, incentivar os portugueses a terem mais filhos, não pude deixar passar em branco: escrevi-lhe um e-mail!
Não saberia sua Exa que a média de ordenados em Portugal ronda os 500€ e que o advento de uma criança é muito dispendioso? mesmo que todos os exames e testes de grávida sejam efectuados pelo Sistema Nacional de Saúde, temos uma parafrenália de coisas que todos os pais, sem excepção, irão "fazer das tripas coração" para dar aos filhos: os fatinhos, pijaminhas, roupas interiores, meias, gorro, fraldas de pano e fraldas descartaveis, cobertores, lençois, mantas, babetes, sapatinhos, chuchas, creme do corpo, creme das assaduras, creme da cara, creme solar, creme lavante, biberons do leite, biberons da água, biberons dos medicamentos. Temos ainda as vacinas que não estão previstas no Plano de Vacinação Nacional, mas que todos fazemos um esforço ( que ronda os 80€/dose) para que os nossos filhos levem (vale mais em excesso que por defeito), para além das exigências de segurança: o bébé não pode andar de automovel sem um cestinho a que se convencionou chamar "ovo", faz sempre falta um carrinho para que não ande sempre ao colo dos pais, e por aí fora...
É óbvio que os Estado ajuda, sendo que a a média dessa ajuda ronda os 33.08€/mês.
Senhor Presidente, considera verdadeiramente que no nosso país existem condições para se ter mais crianças? Resposta: Agradeço a sua disponibilidade, blá blá, iremos ter em atenção a sua opinião... OK, é o país em que vivemos!

Escolinha

Andava eu na minha vidinha rotineira ( trablho-casa-casa-trabalho) quando alguém se lembrou de perguntar: vais colocar o bébé numa escolinha ou numa ama? Numa escola. Ah, e já fizeste a matrícula? MATRÍCULA??? ainda nem sabia de que sexo era a criança...Pois, mas é que hoje em dia há muita dificuldade em encontrar vagas, então para berçários... Foi então que eu e ele, nos apercebemos que realmente tinhamos de começar a procurar, porque escolas com berçários não havia muitas e os preços também não eram nada convidativos. Entretanto, colocava-se outra questão que se prendia com a confiança na instituição (ouve-se com cada história...) Por intermédio de um colega dele, lá conseguimos uma vaga numa escolinha, mas mesmo, mesmo só para quando o bébé tivesse 6 meses (e passa para cá 250€ para que a matrícula fique segura).
Reconhecemos que pode não ser a melhor escolinha, pelo que vamos continuar a procurar, nomeadamente porque já fomos lá com Ela e não gostamos muito da indiferença da directora!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Castelos de Areia


Com o tempo fui ficando confiante, já a conhecia bem, as suas manhas e birras, os seus sorrisos, estava toda orgulhosa com o meu grande feito. Nada mais enganador. Em conversa com outras mães vim a descobrir que tenho vivido numa triste ilusão, não a conheço e os meus preciosos truques, há muito que foram ultrapassados. Ando agora perdida, depois de terem caído por terra quase todos os meus castelos.
Basta fugir um pouco ao nosso ritual, á nossa rotina enfadonha de todos os dias e lá se vai a minha preciosa teoria. Fico completamente impotente face ao turbilhão de gritos, choros e lágrimas, deixo que seja Ela a comandar. E depois, ciente da minha impotencia, olho para Ela e sinto-me esmorecer, quase em lágrimas - porque raio deitei fora o livro de instruções?

Vida dura


Ser mãe, passa muito mais pela cabeça do que o coração, se não vejamos: se a sua filha estiver a chorar não lhe pegue, se ela estiver com dificuldade em adormecer não embale... quer dizer, tudo o que o nosso coração de mãe dita como certo é totalmente desaconselhado pelos especialistas. Já não basta os pequenotes crescerem para terem uma vida de angústias, começam logo PIMBA, acorda p'ra vida, qu'ela é dura!
Pergunto: se não podemos mimar os pequenitos agora, quando vamos poder fazê-lo??

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A ditadura do choro

Alguém me disse a determinada altura que, a partir do momento em que Ela nascesse acabaria o meu sossego, o tempo para mim. Reconheço que é verdade! Nestes últimos meses quase que me anulei em prol d'Ela. O meu tempo é total e integralmente gerido em seu redor: a hora de mamar, a hora de dormir, a hora de brincar, hora do banho.
De início foi complicado! Eu tomava banho a correr, cozinhava a correr, comia a correr e até dormia a correr, tal era o sobressalto em que vivia, totalmente manipulada pelo choro d'Ela. A determinada altura até pensava que ela tinha um sensor incorporado para avisar sempre que eu estivesse a fazer algo que não fosse relacionado com Ela. Sim, confesso que por algumas vezes apeteceu-me fugir. Bolas, eu também queria fazer outras coisas, sair de casa... quer dizer, Ele pode, n'é? e eu? depois de ter saído de casa dos meus pais há tantos anos, estava a ser manipulada por uma ditadorazinha de meio metro!
Entretanto, o tempo foi passando, Ela já se habituou a mim e eu a Ela, parecemos amigas de há vários anos...
Agora já consigo encarar melhor a tarefa a tempo inteiro, deste contrato a termo incerto, cujas negociações começaram dificies, mas acabaram tão simples de engendrar.